Em meio à fraude do INSS, comissão do Senado aprova convite para ouvir novo ministro da Previdência Social

A sessão está prevista para 15 de maio. Ao todo, o Congresso já registrou 14 pedidos para ouvir o Wolney Queiroz. A Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) do Senado Federal aprovou, nesta terça-feira (6), o convite para ouvir o novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz (PDT), no momento em que se discute a fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os pedidos foram feitos nesta segunda-feira (5).
Após acordo entre o presidente da comissão, Dr. Hiran (PP-RR), o senador Sérgio Moro (União-PR) e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), ficou acordado que o ministro comparecerá na próxima quinta-feira (15).
“Nós queremos saber porque esse escândalo aconteceu sob as barbas desse governo”, afirmou o senador Sérgio Moro na saída da comissão.
“A nomeação do ministro Wolney Queiroz torna relevante a sua vinda para debater com o Congresso Nacional as políticas públicas a serem executadas e que vierem a ser adotada pela pasta ministerial sob sua gestão, abrangendo as políticas, recursos e gastos públicos sob a gestão do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS)”, justificou o senador Hiran em seu pedido.
Ao todo, a comissão do Senado que tem como fundamento a fiscalização do setor público, registrou três pedidos de requerimento para ouvir Queiroz. Dois deles eram para convite e um para convocação – também por acordo, os senadores modificaram o pedido do senador Girão (Novo-CE) para convite e também o aprovaram.
Já na Câmara dos Deputados, existem 11 pedidos tramitando também para ouvir o novo ministro. Sendo dez convocações e um convite. Nenhum dos pedidos ainda foi deliberado pelas comissões da Câmara.
8 pedidos junto a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC)
1 pedido para a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa (CIDOSO); e
1 pedido que ainda não está tramitando em nenhuma comissão.
O único pedido de convite foi feito na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara dos Deputados.
Quem é Wolney
Wolney Queiroz era o secretário-executivo da Previdência Social, e o número 2 de Carlos Lupi.
Já o senador Girão lembrou, em seu pedido, que por ser o ex-número 2 no Ministério, ele tinha conhecimento das denúncias que surgiam a respeito dos desvios indevidos nas aposentadorias.
“O novo Ministro, enquanto ainda era Secretário Executivo do seu antecessor, participou de reunião com representantes de entidades citadas nas investigações da Polícia Federal”, disse.
O novo ministro nasceu em Caruaru, Pernambuco, e é o atual secretário-executivo do Ministério da Previdência, o segundo cargo mais importante do ministério.
Filiado ao PDT — mesmo partido do qual Lupi é presidente licenciado — Queiroz exerceu seis mandatos consecutivos como deputado federal por Pernambuco desde 1995.
Em 2022, Wolney Queiroz assumiu a liderança da oposição ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, representando um bloco formado por diversos partidos de esquerda. No mesmo ano, disputou a reeleição, mas não obteve êxito.
Operação contra fraude no INSS
A operação realizada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que associações que oferecem serviços a aposentados cadastravam pessoas sem autorização, com assinaturas falsas, para descontar mensalidades dos benefícios pagos pelo INSS.
O esquema, conforme a investigação, teve início em 2019, no governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), e prosseguiu neste terceiro mandato de Lula. Entre 2019 e 2024, o prejuízo aos aposentados pode chegar a R$ 6,3 bilhões.
A operação apreendeu com os suspeitos diversos itens de valor, entre os quais dinheiro em espécie e carros de luxo, como uma Ferrari, joias, relógios de luxo e quadros. A descoberta levou ao afastamento do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que depois foi demitido.
Outros cinco servidores públicos foram afastados. Além deles, seis pessoas ligadas a uma associação de Sergipe foram presas.
A Polícia Federal considera o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes — conhecido, segundo os próprios investigadores, como Careca do INSS — como o principal operador do esquema de desvio de dinheiro dos aposentados e pensionistas do INSS. Ele é sócio de 22 empresas. Segundo a polícia, todas registradas no mesmo endereço em Taguatinga, a 20 km de Brasília.
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