

Felipe Neto vira réu após publicação associando Júlia Zanatta ao nazismo – Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados/ ND; Instagram/ Reprodução/ ND
O influenciador digital Felipe Neto virou réu por injúria e difamação em uma ação penal movida pela deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC). A acusação é de que, em uma publicação nas redes sociais, ele teria associado a parlamentar ao nazismo.
A Justiça do Rio de Janeiro aceitou a queixa-crime, após manifestação favorável do Ministério Público do Rio de Janeiro. Na decisão, o juiz Paulo Roberto Sampaio Jangutta afirma que “há prova de materialidade e indícios da autoria do crime”.
Uma audiência de conciliação entre as partes do processo foi realizada no dia 2 de abril, mas não foi bem sucedida. As questões relativas ao mérito da acusação ainda serão analisadas.
No ano passado, a Justiça de Santa Catarina havia decidido a favor de Felipe Neto. Segundo a decisão, a publicação não associava a imagem de Zanatta ao nazismo.
Felipe Neto vira réu em ação movida por Júlia Zanatta
No dia 13 de junho de 2024, Felipe Neto fez uma publicação em sua conta no X insinuando que Júlia Zanatta, ao utilizar uma tiara de flores, estaria fazendo apologia ao nazismo. “A tiara de flores na cabeça é tida por muita gente como um símbolo de apologia ao nazismo”, diz a postagem.

Felipe Neto declarou que uso tiara de flores seria apologia ao nazismo por parte da parlamentar – Foto: Divulgação/ND
Felipe Neto também mencionou que, apesar da parlamentar negar essa motivação, ela “curiosamente” não usou a tiara quando foi ao parlamento europeu.
Em resposta a um comentário de outro usuário da plataforma, o influenciador declarou que tirar uma foto com tiara de flores na cabeça não é suficiente para associação ao nazismo. Porém, “ao adotar isso como look permanente, as pessoas podem suspeitar”.

Influenciador respondeu comentário afirmando que tiara de flores como “look permanente” levanta suspeitas – Foto: Divulgação/ND
Segundo a queixa-crime apresentada pela parlamentar, o comentário foi feito em tom de escárnio. Além disso, o documento relata que a tiara de flores é marca registrada de Zanatta, desde sua campanha eleitoral.
A associação ao nazismo teria como objetivo “prejudicar o exercício de seu mandato, bem como de ferir sua dignidade e reputação”, diz a queixa. A parlamentar alega que a publicação ofendeu sua honra, atingindo seu próprio sentimento de respeito pessoal e dignidade.
Em nota, a deputada Júlia Zanatta se defendeu: “Não se pode permitir que o debate político seja substituído por ataques levianos e imputações criminosas que visam apenas manchar a imagem de adversários. A tiara de flores é um adereço tradicional das festas alemãs de Santa Catarina e insinuar que o seu uso está associado ao nazismo é uma ofensa a todo o povo catarinense”.
A reportagem entrou em contato com Felipe Neto, via e-mail, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria. O espaço segue aberto.