

Cientistas da ESA descobriram buraco negro vagando pela Via Láctea – Foto: Canva/ND
Um buraco negro solitário, que está vagando pela Via Láctea a cerca de 5 mil anos-luz da Terra, deixou a comunidade cientifica em alerta. Pesquisadores estimam que sua massa seja cerca de sete vezes a do Sol, o que o torna extremamente compacto.
O fenômeno, descoberto por cientistas da ESA (Agência Especial Europeia), difere da maioria dos casos conhecidos , pois não é acompanhado por nenhum corpo estelar — raro para objetos dessa escala.
Buraco negro 6 vezes maior que o Sol
Buracos negros individuais são quase impossíveis de serem detectados diretamente, pois não emitem luz. Apesar disso, sua existência pode ser detectada indiretamente por meio de efeitos gravitacionais que exercem sobre a luz ou sobre o movimento de corpos celestes próximos.
Vale destacar que o fenômeno é criados a partir da explosão de supernovas e são caracterizados por uma curvatura gravitacional do espaço-tempo tão intensa que nem mesmo a luz consegue escapar de seu horizonte de eventos.

O fenômeno é criados a partir da explosão de supernovas e são caracterizados por uma curvatura gravitacional do espaço-tempo – Foto: Canva/ND
Em 2011, o Telescópio Espacial Hubble registrou mudanças incomuns no brilho e na posição de uma estrela invisível, um fenômeno atribuído à lente gravitacional de uma massa invisível, mas extremamente compacta.
O monitoramento de longo prazo feito por uma equipe internacional de pesquisa mostrou que esse desvio provavelmente se deve a um buraco negro solitário.
Esse efeito é conhecido como microlente gravitacional, um fenômeno no qual a luz de uma estrela distante é curvada e amplificada ao passar perto de uma lente intermediária, compacta e invisível – neste caso, um buraco negro.
Buracos negros na Via Láctea

ESA detecta sinal de buraco negro no espaço – Foto: Unsplash/ND
A descoberta, publicada no periódico científico The Astrophysical Journal, é a primeira evidência direta possível da existência de um único buraco negro estelar em nossa Via Láctea.
Até recentemente, as detecções de buracos negros eram limitadas principalmente a sistemas binários, onde sua presença era indicada pela interação com outra estrela.
Cientistas estimam que o buraco negro foi formado há milhões de anos a partir do colapso de uma estrela massiva e tem viajado sozinho pela Via Láctea desde então.
Esta descoberta abre caminho para observações futuras. Espera-se que o novo Telescópio Espacial Nancy Grace Roman, com lançamento previsto para 2027, aumente significativamente a capacidade dos cientistas de detectar eventos gravitacionais semelhantes.