Um dos fundadores do PSD, ministro esteve no ato de filiação em São Paulo, nesta segunda-feira (26), e criticou ‘políticos das redes’ – Foto: Adriano Assis/ND
Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD) vê contraste entre políticos do “mundo real” e políticos das redes, que trabalham, em sua visão, exclusivamente para engajamento nas plataformas sociais. O ex-senador de Minas Gerais vê apenas o primeiro grupo com condições de trabalhar pelo país.
“Não acredito na política da peripécia, do malabarismo, nessa política que tenta construir muito mais narrativas do que a política realmente de soluções para os graves problemas que ainda temos na nossa sociedade”, afirmou Silveira nesta segunda-feira (26), em São Paulo, durante evento que filiou o ex-governador do Espírito Santo, Paulo Hartung.
Pertencente a ala lulista do PSD, Alexandre Silveira defendeu o governo Lula e fala em lealdade, enquanto o presidente da sigla, Gilberto Kassab, garante candidatura própria em 2026 em cenário sem Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Apesar das diferenças no discurso, o ministro, que é um dos fundadores do PSD, garante que o clima interno é de convergência. Ele não poupou elogios ao momento do partido, que vem atraindo grandes nomes e tem, hoje, quatro governadores: Ratinho Júnior (Paraná), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), Raquel Lyra (Pernambuco) e Fábio Mitidieri (Sergipe).
“São liderança que discutem o Brasil, desprendidos de projetos pessoais e com a visão de médio prazo, de construção de partido que possa continuar contribuindo com a nação brasileira”, enalteceu.
Mundo real x políticos das redes
Alexandre Silveira vê como principais desafios do Brasil o investimento em infraestrutura, para ganhar competitividade, os problemas de segurança pública e a criação de um círculo virtuoso para economia, itens que não passariam por políticos das redes.
“São políticas que só se resolvem com políticos do mundo real, e não do mundo virtual ou exclusivamente da rede social. Nada contra, mas a solução para o mundo real é o que as pessoas esperam da gente”, reforçou o ministro.
O político do PSD não deu exemplos de políticos das redes, mas demonstra oposição de trabalhar contra seu rival no estado, o governador Romeu Zema (Novo), e se coloca à disposição para 2026.
“Eu sou uma pessoa apaixonada pelo partido que ajudei a fundar, tenho uma proximidade muito grande com o Kassab, e, no meu estado, particularmente, há uma ausência de lideranças muito forte. Houve uma ruptura muito grande em 2018 com a política local. Portanto, naturalmente, devo participar mais uma vez da política mineira. Ainda não sei se disputando eleição ou não, e em qual eleição [cargo] disputar”, antecipou.
Para os próximos meses, o ministro afirma que vai manter o trabalho e “lealdade” ao presidente Lula, atuando muito perto dele, e, ao mesmo tempo, se dedicar ao crescimento do PSD. Para 2026, ainda que diga não saber se estará como candidato ou atuando nos bastidores, Silveira quer ser atuante nas discussões.
“Para mim não interessa a posição no campo que eu vou jogar, eu quero é estar jogando, porque eu gosto da política”, finalizou.