‘Não sou britânica’: francesa acorda com outro sotaque após cirurgia e intriga médicos

Francesa começou a falar com sotaque britânico e recebeu diagnóstico de "síndrome do sotaque estrangeiro"

Francesa começou a falar com sotaque britânico e recebeu diagnóstico de “síndrome do sotaque estrangeiro” – Foto: Chaîne nationale des régions/@actu.fr_officiel/Instagram

Laetitia nasceu na França e vive na região de Sarthe. Em 2014, após realizar uma cirurgia para retirada das amígdalas, ela acordou com um forte sotaque britânico assim que passou o efeito da anestesia. O susto inicial logo se transformou em um diagnóstico inesperado, a “síndrome do sotaque estrangeiro”.

A busca por respostas foi longa. Exames neurológicos não apontaram nenhuma alteração física e um dos médicos a classificou como “um mistério para a ciência”. No início, familiares pensaram se tratar de uma brincadeira, mas o caso tem explicação científica.

Síndrome do sotaque estrangeiro altera fala e identidade de francesa após anestesia

A síndrome do sotaque estrangeiro geralmente ocorre após traumas cranianos ou lesões cerebrais, o que não aconteceu com Laetitia, que apenas passou por um procedimento rotineiro sob anestesia geral.

Especialistas acreditam que pode ter havido uma alteração sutil na irrigação de uma área específica do cérebro durante o procedimento, o suficiente para modificar seu padrão de fala. Mesmo após consultas com fonoaudiólogos e otorrinolaringologistas, foi informado não haver tratamento eficaz disponível.

Com o tempo, Laetitia passou a aceitar sua nova voz. Embora ainda enfrente dificuldades na pronúncia de certas palavras, ela considera que o sotaque já faz parte de sua identidade. Situações cotidianas, no entanto, mudaram: sua cadela, Vadrouille, parece não entender comandos emitidos com o novo sotaque.

Apesar da mudança vocal, Laetitia não ganhou fluência no inglês, ela mantém apenas os conhecimentos básicos aprendidos na escola. Em interações sociais, costuma avisar que é francesa e explica o distúrbio somente quando alguém demonstra curiosidade.


Laetitia recebeu diagnóstico de “síndrome do sotaque estrangeiro” após cirurgia – Vídeo: Chaîne nationale des régions/@actu.fr_officiel/Instagram

Casos como o de Laetitia são extremamente raros e há cerca de 50 registros documentados no mundo. Um dos primeiros foi descrito nos anos 1940, quando uma norueguesa passou a falar com sotaque alemão após ser atingida por estilhaços durante a Segunda Guerra Mundial.

* Com informações do R7

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