Congelamento do Orçamento anunciado pelo Governo é “retrato do colapso”, afirma oposição

Governo anuncia contingenciamento de R$ 31,3 bi

Governo anuncia contingenciamento de recursos – Foto: José Cruz/Agência Brasil

O líder da Oposição na Câmara dos Deputados, Luciano Zucco (PL-RS) criticou o anúncio da equipe econômica do governo de contingenciar R$ 31,3 bilhões do Orçamento deste ano, e disse que a decisão é o “retrato do colapso”.

“O contingenciamento de R$ 31,3 bilhões no orçamento anunciado hoje pelo governo federal é a confirmação explícita da falência do modelo econômico adotado pela gestão Lula. Uma decisão que, lamentavelmente, aponta para o colapso fiscal já em 2027, como vínhamos alertando há meses”, disse Zucco.

De acordo com o líder Zucco, o aumento dos gastos públicos pelo governo, sem responsabilidade, reflete a falta de compromisso com a sustentabilidade das contas do país, e o contingenciamento veio como uma conta a pagar. “O que estamos vendo não é ajuste , é desespero”, pontuou.

Já o deputado Cláudio Cajado (PP-BA), que foi o relator do projeto do Arcabouço Fiscal na Câmara dos Deputados, discorda do líder da oposição, e disse ao portal ND mais que o contingenciamento, [bloqueio de verbas, feito quando o governo prevê que terá menos dinheiro do que o planejado. É como um “corte” de gastos para garantir que as contas não fiquem no vermelho] foi necessário.

“O governo voltou a ter meu respeito no que se refere ao Arcabouco [fiscal]”, pontuou o deputado baiano. Entretanto, Cajado alerta que o Congresso também deve ter sua parcela de responsabilidade para “segurar”algumas matérias econômicas, como reajustes e progressão de carreiras, enviadas pelo Executivo, e que podem sobrecarregar as contas públicas.

Brasília (DF), 22052025 – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, durante divulgação de dados econômicos – Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Para o deputado Evair de Melo (PP-ES), o governo, mais uma vez, ao anunciar o contingenciamento de gastos e cobrar o Congresso Nacional por medidas econômicas, mais uma vez “inventa culpados para fazer todo mundo pagar mais impostos e taxas”.

Joaquim Passarinho (PL-PA) também fez críticas ao governo, e contestou a fala de Fernando Haddad sobre parte do contingenciamento ter sido necessária pela não compensação dos recursos que deixaram de ser arrecadados por conta da isenção de impostos na folha de pagamento de alguns setores da economia.

“O governo não faz o dever de casa e joga no Congresso”, questionou o parlamentar. O problema, segundo ele, é que além de gastar, o governo gasta mal. O deputado criticou o pacote de energia anunciado nesta quarta-feira (21), e disse que mais uma vez a conta vai pesar é no bolso do consumidor.

Na entrevista coletiva em que anunciaram o contingenciamento de R$ 31,3 bi ao Orçamento de 2025 os ministros da Fazenda, Fernando Haddad; e do Planejamento, Simone Tebet, alegaram que um dos motivos foi a prorrogação da desoneração da folha de pagamento das empresas, além de aumentos com a folha da Previdência Social.

Brasília (DF), 22052025 – Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, durante divulgação dos dados do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas – Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Governo deve cortar na própria carne, diz deputado, ao defender reforma administrativa e criticar contingenciamento

Na opinião do deputado José Nelto (União-GO), o Congresso tem feito seu papel na votação de matérias econômicas, citando inclusive a aprovação da reforma tributária, depois de décadas tramitando no Congresso Nacional.

“O Brasil joga dinheiro fora”, diz o deputado. O deputado disse que além do ajuste fiscal, é preciso enxugar gastos cortando na própria carne. Ele cita a  reforma administrativa como um bom caminho para que o governo elimine despesas e ganhe eficiência no serviço público.

 

 

 

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