
Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba tem prazo de 10 dias para responder sobre o mutirão de cirurgias oftalmológicas. Sede do Ministério Público da Paraíba (MPPB), em João Pessoa
Ascom/MPPB
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) abriu, nesta terça-feira (20), uma investigação sobre os casos de pacientes que passaram por procedimentos oftalmológicos no Hospital de Clínicas de Campina Grande e relatam complicações como infecções e perda de visão.
A promotora de Justiça Adriana Amorim determinou que a Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba (SES-PB) apresente, em até 10 dias, informações detalhadas sobre o mutirão. A pasta deve informar o total de pacientes atendidos, os tipos de procedimentos realizados e os critérios para a seleção dos pacientes.
Também foi solicitada a relação dos profissionais envolvidos, com suas qualificações, e o contrato firmado com a Fundação Rubens Dutra Segundo (responsável pelas intervenções), destacando as responsabilidades técnicas e administrativas.
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Além disso, a SES-PB deve enviar detalhes sobre o processo interno aberto para apurar os problemas e as medidas de fiscalização adotadas durante a execução do mutirão.
Em nota, o Ministério Público afirmou que pode tomar outras medidas durante a investigação para proteger a saúde dos pacientes.
Pacientes relatam complicações após cirurgia nos olhos, em Campina Grande
Entenda o caso
Parte dos medicamentos usados no mutirão oftalmológico no Hospital de Clínicas de Campina Grande estava vencida, confirmou a SES-PB nesta terça-feira (20). O mutirão ocorreu na última quinta-feira (15) e, depois dos procedimentos, pacientes relataram infecções e perda de visão.
Dos 30 frascos do medicamento utilizado no mutirão oftalmológico em Campina Grande, pelo menos seis estavam vencidos e abertos, segundo SES-PB. Há indícios de que esses medicamentos foram aplicados durante os procedimentos realizados no Hospital de Clínicas. Ao todo, 64 pacientes passaram pela cirurgia.
O número de pessoas que apresentaram desconforto persistente e baixa visão subiu de quatro para nove. Após a repercussão do caso, a SES-PB rompeu o contrato com a Fundação Rubens Dutra Segundo, responsável pela execução do mutirão.
As denúncias começaram a circular no dia 19, quando pacientes relataram dores intensas e sinais de infecção ocular em outras unidades de saúde.
Um dos casos mais graves é o de uma idosa de 89 anos que perdeu completamente a visão de um dos olhos após a cirurgia. Segundo a família, ela estava em processo de recuperação antes do procedimento.
A SES-PB instaurou um processo administrativo para apurar o caso e informou que segue acompanhando a situação dos pacientes afetados. Em nota, o Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) afirmou que também está acompanhando o caso.
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