

As deputadas federais bolsonaristas Carol de Toni e Julia Zanatta Fotos: Mario Agra/Câmara dos Deputados/ND
O cenário político de Santa Catarina começa a ferver antes mesmo das convenções. Dentro do próprio ninho bolsonarista, a disputa pelo Senado promete ser um dos capítulos mais tensos.
As deputadas federais Júlia Zanatta e Caroline de Toni, do PL, ambas citadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro como potenciais candidatas, disputam espaço e protagonismo.
A indicação oficial, no entanto, esbarra na resistência do governador Jorginho Mello, que já articula uma aliança alternativa com velhos adversários: PP, MDB e Podemos. A movimentação do governador reacende antigos incômodos.
Do outro lado da trincheira, o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), que mantém relação pessoal próxima com o ex-presidente Bolsonaro, prepara o contra-ataque.
Rodrigues quer construir uma frente 100% direita bolsonarista para disputar o governo do Estado em 2026 dentro do PSD — partido que é questionado por setores da própria direita. Ele aposta no seu histórico no Congresso Nacional.
Enquanto isso, Jorginho tenta manter espaço para alianças estratégicas, como a vaga de vice, e já conversa com figuras como Gilberto Kassab, líder do PSD, para neutralizar rivais dentro da direita.
Enquanto o governador Jorginho Mello articula alianças com diferentes setores da política catarinense, o prefeito João Rodrigues adota uma postura mais alinhada ao discurso tradicional do grupo bolsonarista, buscando consolidar sua identidade junto à base mais fiel do ex-presidente. A disputa, até então nos bastidores, começa a sair das sombras. E não se engane: está longe de ser apenas pelo Senado. O governo também está em jogo.
Licenças
O STF retomou na sexta-feira (16) o julgamento da ADI 7.524, que questiona as regras de concessão de licenças-maternidade, paternidade e adotante em Santa Catarina.
A ação, movida pela PGR (Procuradoria-Geral da República), argumenta que a legislação estadual discrimina servidores ao estabelecer prazos diferentes conforme o tipo de vínculo e parentalidade. A PGR pede a uniformização das licenças e o respeito aos princípios constitucionais. Também solicita o direito ao compartilhamento das licenças entre cônjuges.
A proposta inclui mínimo de 180 dias para licença-maternidade e 20 dias para paternidade. O caso será analisado no plenário virtual do STF.
MDB em Floripa
O vereador João Cobalchini, presidente da Câmara de Florianópolis, foi eleito presidente do diretório municipal do MDB na Capital. A eleição marca um novo ciclo de comando partidário na cidade. Cobalchini assume com a missão de reorganizar a sigla local e preparar o MDB para as disputas eleitorais de 2026. A escolha reforça seu protagonismo interno no partido. A convenção ocorreu neste fim de semana.
Na onda
O prefeito de Chapecó, João Rodrigues, soube aproveitar a repercussão nacional sobre os bebês reborn para ganhar projeção nas redes sociais. Em vídeo publicado no fim de semana, ele aparece ironizando a ideia de atendimento médico a um boneco e afirma que, se isso ocorresse na cidade, determinaria internação involuntária.
A fala viralizou, ultrapassando 1 milhão de visualizações no Instagram e sendo replicada por perfis populares. A publicação reforça a estratégia de Rodrigues de engajar o debate público com tom direto e alinhado à base conservadora.
Juntos
Durante feijoada beneficente em Xanxerê, promovida pelo Sicoob, o senador Esperidião Amin (PP) e a deputada federal Caroline de Toni (PL) estiveram juntos no anúncio de emendas parlamentares para o Hospital São Paulo. O diretor da instituição, Fábio Lunkes, elogiou o apoio e afirmou que gostaria de vê-los “juntos no Senado”.
A fala foi interpretada como sinal político em meio à disputa pela indicação das vagas ao Senado em 2026 na chapa do governador Jorginho Mello, que pode opor os dois aliados no campo da direita catarinense.