
Lapa (PR) – Entre colinas suaves e bosques ancestrais, onde o verde se estende até onde os olhos alcançam, está a Lapinha, um santuário de bem-estar esculpido na serenidade de uma fazenda centenária na cidade da Lapa, a 90 km de Curitiba (PR). O silêncio é uma melodia que se entrelaça ao canto dos pássaros e ao sussurro das araucárias. É um convite a ouvir a própria essência, a desacelerar e redescobrir o prazer do agora.
Em uma semana na Lapinha, nos permitimos entrar nesse ritmo. Desde a recepção calorosa da Izabel, concierge do local, que recebe cada hóspede pelo nome, até os detalhes cuidadosamente pensados para proporcionar um acolhimento genuíno, tudo contribui para uma experiência transformadora. O welcome drink, uma kombucha artesanal, nos dá as boas-vindas ao mundo naturalista da casa.

Foto: divulgação
Os dias se estendem em um mergulho interno, medicina do estilo de vida e contato com a natureza. A abordagem segue a terapia do biorritmo, respeitando os ciclos naturais do corpo para otimizar energia e vitalidade. “Aqui, acreditamos que cada detalhe influencia no processo de bem-estar. Desde a escolha dos ingredientes até o respeito pelos ciclos do corpo, tudo é pensado para gerar impacto positivo”, explica Margareth Brepohl, CEO da Lapinha, em entrevista exclusiva à revista GPS|Brasília.
A visão holística da Lapinha também se estende ao campo emocional. “Não cuidamos apenas do corpo, mas também da mente e das emoções. Muitos hóspedes chegam aqui carregando uma grande carga de estresse. Nosso papel é oferecer um espaço de acolhimento e renovação”, diz Margareth.

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Medicina do estilo de vida
Com uma estrutura médica diferenciada e multidisciplinar, a Lapinha oferece suporte integral aos hóspedes. Logo no check-in, você recebe o horário da consulta médica, onde uma anamnese detalhada é feita para entender as necessidades.
O local oferece programas específicos chamados Rotas de Saúde, focados em desafios contemporâneos como emagrecimento, controle do estresse, antitabagismo, qualidade do sono e saúde sênior. “Nossa vocação principal é educacional. Ajudar as pessoas a tomarem consciência de que é preciso mudar nos níveis de alimentação, corpo e mente. Não é superficial, é um processo profundo que pode realmente acrescentar anos à vida e vida aos anos”, afirma Daniel Boarim, diretor clínico do spa. “Não prometemos milagres, mas proporcionamos uma nova perspectiva de vida”, acrescenta.

A alimentação orgânica é um dos pilares do spa (Foto: divulgação)
A alimentação é um pilar central, baseada em uma dieta ovolactovegetariana – com queijo e ovo, mas sem nenhum tipo de carne animal – que promove detoxificação e equilíbrio. Há quatro tipos de dietas personalizáveis de acordo com os objetivos pessoais, com ingredientes colhidos na própria horta orgânica – e acredite, é deliciosa sem passar fome. “Ficar um tempo sem carne ajuda no processo de desintoxicação e melhoria da saúde em geral. A comida é altamente nutritiva e saborosa, mas sem estimulantes, como café ou outros produtos que possam prejudicar o sono ou o metabolismo. Essa vivência permite aos hóspedes repensarem seus hábitos alimentares sem imposição, mas com aprendizado e experimentação”, acredita Boarim.

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Para os cuidados físicos, além de atividades física diversas – como yoga, hidroginástica e academia – há diferenciais como a hidroterapia Kneipp, que intercala água aquecida e fria, e a Sala Caldarium, um espaço aquecido trazido da Alemanha para promover relaxamento profundo. “Nossa proposta é integrar terapias cientificamente embasadas com um ambiente que favorece a recuperação natural do corpo”, explica Margareth.

Hidroterapia Kneipp (Foto: divulgação)
A natureza que cura
A conexão com a natureza desempenha um papel fundamental na experiência transformadora da Lapinha. “É um paraíso para aqueles que buscam equilíbrio. A natureza aqui é nossa grande aliada na recuperação da saúde física e mental“, afirma Boarim. O local é um potencializador de boas relações, amizades e, consequentemente, bem-estar emocional.
O perfil do hóspede são pessoas em busca de um novo estilo de vida. “As mudanças não acontecem da noite para o dia, mas o que vemos aqui é uma transformação real”, diz, compartilhando que os jovens também têm buscado o local para um descanso da rotina intensa.

Wild Sauna (Foto: divulgação)
A novidade mais recente é a primeira Wild Sauna do Brasil, localizada às margens do lago revitalizado da propriedade. Ao se aproximar do local, somos envolvidos por uma sensação de paz inexplicável. A construção de madeira se integra à paisagem, formando um cenário deslumbrante com o lago. O único som que se ouve é o canto dos pássaros ou o movimento sutil da água. A sauna seca, com parede de vidro que proporciona uma vista panorâmica para o lago, potencializa o relaxamento. Este é, sem dúvida, um dos lugares mais relaxantes da Lapinha.
Uma herança de visão
A Lapinha é fruto da visão inovadora da paranaense Margarida Bornschein Langer, uma mulher à frente de seu tempo. Há mais de cinquenta anos, quando foi desacreditada pela medicina tradicional, encontrou na Suíça um tratamento naturalista que transformou sua saúde. Inspirada por essa experiência, decidiu criar no Brasil um centro de bem-estar baseado nos mesmos pilares. “Quero trazer essa cura para o Brasil”, dizia ela, ao lançar as bases do primeiro spa médico do País.

O pôr do sol na piscina (Foto: divulgação)
A fazenda de 550 hectares, onde iniciou uma plantação de orgânicos e construiu um espaço de cura holística, que hoje se tornou referência, foi escolhida para dar vida ao projeto. Com coragem e determinação, ela trouxe infraestrutura para a região, instalando energia elétrica e telefone, capacitando moradores e criando oportunidades de trabalho.
Esse espírito visionário atravessou gerações e moldou a gestão da Lapinha. “É como se, na nossa vida, a gente tivesse recebido algo vivo para cuidar no primeiro ano do nosso casamento”, reflete Margareth Brepohl, que há 47 anos conduz a Lapinha ao lado do marido Dieter, neto de Margarida. O casal administra o espaço hoje ao lado das três filhas, Cristiane, Marianne e Gabriela. “Herdamos algo que não era só um negócio, mas uma missão. E a equação sempre foi simples: 100% do lucro é reinvestido”, diz Margareth.

Neto da fundadora, Dieter Brepohl conduz o local ao lado da mulher, Margareth, hoje CEO da Lapinha (Foto: divulgação)
Com a chegada da nova geração, a marca se modernizou sem perder sua essência. “Quando a Marianne chegou, ela disse: ‘Mãe, a Lapinha está na prateleira. Eu vou ajudar vocês a colocar no mercado’.” Essa mudança garantiu maior visibilidade e reconhecimento internacional, premiado como Spa Sustentável Global pela World Spa & Wellness Awards.
A expansão, no entanto, sempre respeitou os princípios estabelecidos por Dona Margarida. “100% do lucro é reinvestido”, destaca Margareth. “Autossuficiente em água, energia elétrica, ajudamos a comunidade a se organizar com internet e construímos uma estação de tratamento de esgoto que atende mil casas.” Esse modelo sustentável e autônomo permitiu que a Lapinha fosse além da hotelaria, tornando-se um verdadeiro ecossistema de bem-estar. “O valor dessa experiência é imensurável. Não estamos apenas oferecendo um serviço, mas um caminho que pode mudar vidas”, afirma Margareth.
Cuidar de si, cuidar do mundo
Com 38 quartos e capacidade para até sessenta hóspedes simultaneamente, a Lapinha mantém o acolhimento e a exclusividade como diferenciais. Um time de 160 colaboradores – que cuidam de um verdadeiro ecossistema desde o centro de produção, a fazenda, hotelaria e equipe clínica – conhecem os hóspedes pelo nome, proporcionando um atendimento humano e acolhedor. Essa atmosfera faz com que quem chega queira voltar. “Aqui, cada hóspede é tratado como parte da família, com respeito e carinho”, enfatiza Margareth. “Não conseguimos avaliar o quão profundo vai a mudança na vida de quem passa pela Lapinha.”

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Todas as manhãs, o primeiro compromisso do dia é uma caminhada pela natureza. Você escolhe suas atividades e faz a sua agenda. Yoga, meditação, palestras sobre saúde, nutrição e autocuidado, junto a momentos de espiritualidade, como o Momento Bíblico. Uma das experiências mais impactantes foi o Sound Healing, um momento de relaxamento profundo que utiliza frequências sonoras como ferramenta para o equilíbrio do corpo e da mente.

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A missão da Lapinha é cuidar das pessoas e transformar vidas. Pode-se dizer que ninguém sai de lá o mesmo. Um dos pontos mais impressionantes é ver que os hóspedes estão lá pela quinta, décima e até vigésima vez.

Foto: divulgação
O cuidado não está apenas nos tratamentos, mas na atenção aos detalhes. Na Lapinha, cada amanhecer é um recomeço, e cada partida traz consigo a certeza de que, como dizia Saint Exupéry, “o essencial é invisível aos olhos”, mas na Lapinha, sempre sentido na alma.
@lapinhaspa
*A jornalista viajou a convite da Lapinha
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