

Secretário Thiago Peixoto apresentou dados e ações em andamento para transformar o cenário educacional de Florianópolis – Foto: Divulgação/ND
O Majestic Palace Hotel recebeu, na tarde de ontem, uma discussão importante para o futuro da educação pública em Florianópolis.
Promovido pelo Movimento Floripa Sustentável, que reúne 45 entidades da sociedade catarinense, o Almoço Estratégico intitulado “Qualificação da Educação – Florianópolis tem que virar o jogo”.
O evento reuniu autoridades, especialistas e representantes da sociedade civil em torno de um objetivo comum: reverter os índices de aprendizagem dos estudantes da rede municipal.
O secretário municipal de Educação, Thiago Mello Peixoto, apresentou dados e ações em andamento para transformar o cenário educacional de Florianópolis.
O encontro contou ainda com a mediação do professor Neri dos Santos, presidente do Conselho Municipal de Educação e coordenador de Desenvolvimento Econômico do Floripa Sustentável.
Gabriel Barreto Corrêa, especialista do movimento Todos Pela Educação, e Renato Miguel, auditor fiscal de controle externo do TCE-SC (Tribunal de Contas do Estado) também participaram do evento.
O alerta dos dados
Peixoto chamou a atenção para a urgência de mudanças estruturais na educação básica de Florianópolis. Segundo ele, o desafio não pertence apenas ao poder público.
“Esse não é um problema só da secretaria ou da prefeitura. É um desafio da cidade, da sociedade como um todo. E a ideia nossa é apresentar aqui o plano, a estratégia para promover esses avanços de forma significativa e contar com esse apoio. E os dados são chocantes”, afirmou.
De acordo com o secretário, 82% dos alunos que concluem o 9º ano do ensino fundamental não possuem o conhecimento básico em matemática, segundo o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica). “Isso é um chamado forte para a mudança.”
O secretário revelou ainda números de uma avaliação interna, que apontam um cenário ainda mais crítico: 97% dos estudantes do 9º ano não apresentam o nível de aprendizado adequado em matemática.
“Entre 2023 e 2025, nós saímos de 82% que não têm aprendizado adequado para 97%, ou seja, só 3% de todos os estudantes que terminam os anos finais têm o conhecimento básico em matemática.”

Almoço estratégico foi promovido pelo Movimento Floripa Sustentável – Foto: Divulgação/ND
Secretário apresenta plano estruturante
O secretário apresentou sete frentes de ação que compõem um plano estruturante para mudar os rumos da educação no município. As medidas, já em curso, visam resultados de curto, médio e longo prazo.
“Nós somos uma rede que tem uma das melhores infraestruturas do país. Temos um investimento per capita para aluno maior do Brasil entre as capitais. Então falta é o foco na aprendizagem, uma gestão adequada e a coragem que o prefeito Topázio está tendo de liderar esse movimento”, completou Peixoto.
As medidas
- Expansão da carga horária de aulas.
- Priorização do currículo e material didático.
- Trilha formativa de professores.
- Uso pedagógico de avaliações formativas e somativas.
- Trilha formativa de gestores com foco na gestão da aprendizagem.
- Acompanhamento pedagógico.
- Acompanhamento e incentivo à frequência.

Professor Neri dos Santos destaca a importância da educação – Foto: Divulgação/ND
“Educação é o início e o fim”
Para o professor Neri dos Santos, a educação é o ponto de partida e de chegada de qualquer política de desenvolvimento.
“Sem educação não há desenvolvimento econômico e muito menos social. É por meio dela que se promove a inclusão. Florianópolis, que investe mais por aluno do que qualquer outra capital brasileira, precisa traduzir isso em qualidade efetiva de ensino”, afirmou.
Gabriel Barreto Corrêa, do movimento Todos Pela Educação, elogiou o esforço conjunto entre prefeitura, sociedade civil e outras instituições.
“Florianópolis ainda tem níveis médios e medianos de desempenho. O estudante precisa estar no centro do processo. Valorizar o professor, aplicar avaliações com frequência, garantir bons materiais e infraestrutura – tudo isso é essencial para mudar esse cenário.”
Representando o TCE-SC, Renato Miguel explicou o papel do tribunal na construção e no monitoramento do plano de transformação educacional.
“Participamos das etapas de diagnóstico e planejamento. Agora vamos acompanhar a execução do plano, tanto na secretaria quanto nas escolas, fiscalizando o cumprimento de indicadores e metas.”
Segundo ele, o objetivo final é gerar um referencial de gestão e controle que possa ser compartilhado com outros municípios.
“O tribunal quer gerar um referencial de gestão para difundir também essa base de conhecimento para outros municípios, para que eles também possam promover melhorias importantes na educação.”