China está de olho em ferrovia que liga Brasil ao Peru, diz Tebet

Simone Tebet é ministra do Planejamento e do OrçamentoJosé Cruz/ Agência Brasil

A China está de olho em um ambicioso projeto ferroviário que deve ligar o Brasil ao Peru.

O plano faz parte de uma rota estratégica para facilitar o escoamento de mercadorias brasileiras até o Oceano Pacífico. A iniciativa faz parte de uma série de parcerias em infraestrutura discutidas entre os dois países desde o início do governo Lula (PT).

As informações foram divulgadas pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, em entrevista ao programa Poder em Pauta, do jornal CartaCapital.

Segundo Tebet, uma das rotas planejadas terá início no porto de Chancay, no Peru — que recebeu cerca de US$ 3,5 bilhões (R$ 19,7 bilhões) em investimentos da gigante chinesa Cosco — e deve atravessar o território brasileiro.

A ferrovia também passaria pelo região do Acre, descendo pelo Tocantins até chegar à costa da Bahia. O objetivo é criar um corredor logístico eficiente que conecte a produção agrícola e mineral do interior do Brasil diretamente aos mercados asiáticos, reduzindo custos e tempo de transporte.

“A ideia é fazer um traçado por baixo, pegando a região do Acre, descendo, podendo passar por Tocantins e chegar até a Bahia”, explicou a ministra à Carta Capital.

Durante a entrevista, Tebet destacou que o interesse chinês no setor ferroviário brasileiro é antigo e se intensificou com o novo governo.

“Já estamos tratando disso com a China desde o primeiro mês do governo Lula. Na primeira reunião com o presidente Xi Jinping, percebi que eles estão muito interessados na questão das ferrovias. Eles querem rasgar o Brasil com ferrovias”, afirmou.

Além da ferrovia Brasil-Peru, o projeto inclui a construção de um corredor bioceânico que ligará o Brasil a outros países sul-americanos, ampliando ainda mais as possibilidades de integração comercial com a Ásia.

Tebet também mencionou que, diante da guerra comercial entre Estados Unidos e China, o Brasil pode se beneficiar do rearranjo nas cadeias globais de comércio. “Outros parceiros comerciais vão olhar para o Brasil”, projetou.

A ministra integrará a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua próxima viagem à China, onde pretende avançar nas negociações e definir os termos da parceria.

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