Wilson detalha saída do Figueirense, escolha de Lages por Pintado e futuro

Wilson não é mais funcionário do Figueirense

Ex-gerente de futebol alvinegro deu entrevista explicando a saída do clube – Foto: Rodrigo Polidoro/ND

Desde o dia 1º de maio Wilson não dá mais expediente no Figueirense. Gerente de futebol do clube, ele pediu demissão no início da semana passada após uma série de acontecimentos, o clube confirmou só nesta terça, mas a ideia de sair já existia.

Em uma entrevista na tarde desta terça-feira (6), em um bar na região próxima da Beira-Mar, o agora ex-dirigente passou a limpo a questão envolvendo a chegada de Pintado, o relacionamento com Enrico Ambrogini e o grupo de jogadores.

O último ato de Wilson no Figueirense foi acompanhar a apresentação de Pintado, dia 1º. Ele já havia feito o pedido de demissão, mas fez a transição e ajudou a mostrar o novo comandante aos jogadores. No entanto, ficou um ruído de que a chegada do técnico foi o motivo da saída do dirigente.

Na entrevista, Wilson detalhou a participação de José Carlos Lages, empresário e ex-CEO da SAF do Figueirense, Lucas Lages, filho de José Carlos, e Eduardo Médicis, representante do fundo Clave.

“Eu falei direto com o Pintado que ‘a minha saída não tem nada a ver com a sua chegada’. De fora está se vendendo que eu pedi pra sair porque o Pintado veio, mas não foi bem isso. Quando começou a conversar como treinador eu já tinha definido que não continuaria. Naquele momento fiquei sabendo que o Lages e o Lucas já estavam fazendo contato com alguns treinadores. O Lages me ligou, perguntou sobre treinadores e falei nomes e foi me passando com quem eles estavam conversando. Dentro dessa conversa que ‘o Médicis (Eduardo, da Clave) e eu gostamos do Pintado que é o nome que estamos levando para o Figueirense’. Falei que não era o meu nome, mas que seguissem que provavelmente eu não iria ficar. O Lages pediu para eu ligar para o Pintado pra ver se ele estava disposto (a vir), mas eu falei que não iria ligar”.

Em outro ponto, Wilson comentou sobre a segunda-feira passada, quando Thiago Carvalho e Enrico Ambrogini foram desligados. Ele comentou que era a favor da saída do técnico, mas que havia concordado em mantê-lo por mais dois jogos.

No entanto, em decisão do conselho da SAF, que é presidido por Paulo Prisco Paraíso, o que ficou acordado entre Wilson, Enrico, José Carlos Lages e Eduardo Médicis não foi levado em conta. Sobre o ex-CEO, o ex-dirigente falou sobre algumas dificuldades, mas que acredita na recuperação do time.

“O que está indo por água abaixo é o processo que vinha acontecendo antes com o Enrico, e iniciou com o Marco Aurélio, que eu acreditei, como a profissionalização. O Enrico tem seus defeitos, todos têm, uma pessoa muitas vezes difícil de lidar, mas conversávamos bastante com uma troca bem bacana. Para o torcedor o que posso passar é que se depender do grupo logo as coisas vão começar a acontecer. O grupo é muito dedicado, profissional, é um bom grupo, com todas as dificuldades, feliz que conseguimos formar um grupo bacana, com novos, experientes”.

Ex-gerente de futebol alvinegro deu entrevista explicando a saída do clube – Foto: Rodrigo Polidoro/ND

Wilson também apontou uma questão que o torcedor alvinegro, especialmente nos últimos anos, sempre pediu: transparência e alguém para dar explicações. Sem o próprio gerente de futebol e Enrico, os representantes da SAF terão de aparecer para dar explicações.

“Eu não vou dizer que o clube está à deriva, mas eu acho que precisa realmente essa aproximação maior com o torcedor, esclarecer mais as coisas porque o torcedor fica sem entender o que está acontecendo. É importante sempre ter alguém do clube passando tranquilidade sobre o que vai acontecer, quais medidas vão se tomadas”.

Wilson e o que tem de ser feito

“O importante também é o conselho da SAF, quando eu conversei com eles na quinta, falar sobre a importância de manter as coisas organizadas e conquistarem a confiança dos atletas. A maioria (dos jogadores) não sabe quem são essas pessoas, por isso fiz questão de estar na quinta de apresentar quem estava chegando para os atletas. Que eles consigam manter esse bom ambiente que se tem lá no dia a dia, todos organizados, com os pagamentos feitos em dia, e conseguindo uma ou duas vitórias vai voltar a confiança”.

A saída do clube

“Eu tenho um nome no clube, mas, infelizmente, por todos esses motivos eu achei o melhor momento. Se eu permaneço e as coisas não estavam da maneira que se esperava, começam essas dúvidas e esses problemas e vejo no meio do caminho, que realmente não dava e ter que tomar essa decisão mais no meio do caminho, já próximo de uma reta final de competição e poder conturbar o ambiente achei melhor esse momento. J´á que a gente está passando por toda essa mudança, o conselho da SAF resolveu mudar algumas coisas dentro do clube, fiquei pensando e tomei essa decisão de que seria o melhor momento pra mim e para o processo que vai ser implementado”.

Ameaça de torcedor

“Sabendo as dificuldades que iriam ter em momentos de turbulência sem vitória, de forma pessoal eu lamento algumas coisas. Xingamentos eu sabia que iria ouvir, mas quando você ouve uma ameaça machuca bastante. Nas últimas semanas cheguei a ser ameaçado por torcedor e isso me fez refletir todo o processo se vale a pena manchar um nome e uma história que foi muito bacana, fiz o melhor que eu pude”.

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