
Investigação aponta que os abusos teriam começado há quatro anos, quando a vítima tinha apenas 10 anos; suspeito utilizava posição de pastor para se aproximar da família. Unidade Integrada de Polícia de Óbidos, no Pará
Ascom PMO / Divulgação
Um pastor foi preso pela Polícia Civil na manhã desta terça-feira (29), em Óbidos, oeste do Pará, suspeito de praticar, por anos, crimes de natureza sexual contra uma adolescente. Segundo as investigações, o caso começou quando a vítima tinha apenas 10 anos de idade e se estendeu até os 14. O suspeito, que exercia função de liderança religiosa em uma comunidade local, teria utilizado sua posição de confiança para se aproximar da família da vítima.
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O delegado Vitor Cohen, responsável pelo inquérito, informou que a denúncia chegou ao conhecimento da Polícia Civil por meio do Conselho Tutelar, que recebeu o relato da adolescente. A partir disso, foi instaurada uma investigação que incluiu escuta especializada, coleta de provas e representação pelo mandado de prisão temporária, já cumprido nesta terça-feira.
Além do relato da adolescente, um dos aspectos mais graves do caso é que ela e sua mãe teriam sido ameaçadas pelo suspeito para que não denunciassem os abusos. “Há indícios de que o investigado fazia ameaças verbais frequentes à vítima e à mãe dela, com o objetivo de mantê-las em silêncio. Essa pressão psicológica é parte importante da investigação e pode agravar a situação do suspeito perante à Justiça”, explicou o delegado.
Durante o cumprimento do mandado, foram apreendidos materiais pertencentes ao investigado, como dispositivos eletrônicos, que serão periciados. O objetivo é identificar possíveis provas complementares, como registros de mensagens, fotografias ou qualquer outro conteúdo que contribua para o avanço do inquérito. A análise também busca averiguar se houve a produção ou armazenamento de material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes.
Ainda segundo a autoridade policial, o suspeito era conhecido na cidade e utilizava sua condição de pastor para criar um vínculo de confiança com os fiéis. “Infelizmente, é um caso em que a confiança foi quebrada de forma grave. Estamos diante de uma situação que exige cautela, firmeza e sensibilidade, sobretudo pela condição de vulnerabilidade da vítima e pelo longo período em que os fatos teriam ocorrido”, destacou Vitor Cohen.
A prisão é temporária, com prazo de 30 dias, mas pode ser prorrogada ou convertida em preventiva, a depender da decisão da justiça na audiência de custódia. Se a prisão for mantida, o suspeito será transferido ao sistema prisional em Santarém.
A Polícia Civil reforça que denúncias envolvendo crianças e adolescentes devem ser feitas de forma imediata, seja ao Conselho Tutelar ou diretamente nas delegacias.
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