Caso Vitória: família contesta reconstituição da polícia

Maicol confessa ter assassinado Vitória ReginaReprodução

A família de Vitória Regina de Souza, a jovem de 17 anos morta em Cajamar (SP) no fim de fevereiro, contestou a reconstituição do caso feita pela polícia na última quinta-feira (24). As críticas dos familiares se referem à ausência do suspeito Maicol Antonio Sales dos Santos na simulação e à falta de análise de locais importantes para o esclarecimento do caso. As informações são do programa Balanço Geral, da Record.

O advogado da família, Fábio Costa, questionou o motivo da casa de Maicol não ter sido analisada na simulação, uma vez que a perícia constatou a presença do sangue de Vitória no batente da porta do banheiro. Existe a suspeita de que o local tenha sido usado como cativeiro.

Além da casa de Maicol, outro local que ficou fora do percurso analisado foi a área de mata onde o corpo foi desovado. A polícia atesta que já tinha elementos suficientes dos dois cenários para a inclusão no laudo final.

“Não fazer nesse momento a reconstituição da casa e do local onde o corpo foi deixado é prejudicar ainda mais. Você não tem condições de saber se o Maicol agiu sozinho ou não, porque eram exatamente esses dois pontos determinantes que iriam dizer se ele contou com a colaboração de outra pessoa”, disse o advogado Fábio Costa.

“No meu entendimento, essa reconstituição não foi feita de maneira correta. Estou frustradíssimo, porque nós esperávamos tanto dessa reconstituição”, prosseguiu.

Familiares contestam a versão de Maicol

Segundo o advogado, a família tinha grandes expectativas com o resultado da simulação. Isso porque eles contestam a versão de que Maicol tenha agido sozinho e esperavam que a análise reforçaria a hipótese de que ao menos uma segunda pessoa esteve envolvida no crime.

“Ele falou que matou ela dentro do carro, todo mundo sabe que é mentira. Falou que agiu sozinho, a gente tem certeza absoluta que ele não agiu sozinho. Essa reconstituição é importante para todo mundo ver que é tudo mentira e a gente quer descobrir a verdade”, ressaltou a irmã Wanessa Regina.

Maicol confessou o assassinato de Vitória em 18 de março. Ele disse que não teve ajuda de outras pessoas, porém, a própria defesa dele contesta o depoimento e alega que o suspeito foi coagido na delegacia. A confissão não foi descartada pela investigação.

Detalhes da simulação

A simulação do caso Vitória foi realizada com o uso de scanner 3D, drones e figurantes com biotipos parecidos aos da vítima e do suspeito. O objetivo da análise era refazer o percurso do crime para esclarecer dúvidas que ainda restam sobre o caso.

O procedimento refez três etapas principais do crime: o trajeto do carro de Maicol, avistado na área antes do desaparecimento da jovem; o ponto onde uma testemunha viu o veículo estacionado; e o local onde Vitória foi vista pela última vez, em um ponto de ônibus próximo ao shopping onde trabalhava.

O carro do suspeito, usado na simulação, continha vestígios de sangue no porta-malas. Segundo a polícia, Maicol disse que ofereceu carona à jovem na noite de 27 de fevereiro e que a matou dentro do veículo após uma discussão. O corpo de Vitória foi encontrado em uma área de mata em Cajamar no dia 5 de março, degolado.

As evidências da reconstituição serão analisadas para a conclusão do inquérito, previsto para o dia 5 de maio, antes de ser encaminhado ao Ministério Público.

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