
Maior cidade do Oeste Paulista só fica atrás de São José do Rio Preto (SP) e Americana (SP). Aedes aegypti é o mosquito transmissor da dengue
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Presidente Prudente (SP) é a terceira cidade do Brasil no ranking de municípios com mais mortes por dengue em 2025, de acordo com dados repassados pelo Ministério da Saúde ao g1.
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Conforme a pasta, no ranking, a maior cidade do Oeste Paulista está atrás apenas de São José do Rio Preto (SP), que possui 38 mortes por dengue em 2025, e Americana (SP), que tem 24 vítimas fatais pela doença até o momento.
O levantamento foi solicitado pela reportagem do g1 ao Ministério da Saúde, que disponibilizou os dados nesta quarta-feira (23). O Painel de Monitoramento das Arboviroses mantém as cidades nas mesmas posições no ranking nesta quinta-feira (24).
Confira o ranking das 10 cidades brasileiras com mais mortes por dengue em 2025:
As 10 cidades com mais mortes por dengue no Brasil, em 2025
Quando se trata do número de casos, Presidente Prudente aparece em sexto lugar no ranking, com 16.365 casos prováveis da doença até esta quarta-feira, segundo o Ministério da Saúde.
Confira o ranking das 10 cidades brasileiras com mais casos de dengue em 2025:
As 10 cidades com mais casos de dengue no Brasil, em 2025
Epidemia
A reportagem do g1 solicitou um posicionamento oficial à Prefeitura sobre a situação da dengue em Presidente Prudente. Confira o que diz a administração pública:
“A Prefeitura de Presidente Prudente, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, esclarece que a atual gestão assumiu o município com uma epidemia de dengue já em curso. Nos primeiros dias de janeiro, já haviam sido registrados 1.079 casos positivos da doença, reflexo do abandono na zeladoria urbana que vinha da gestão anterior”, alegou a Prefeitura ao g1.
“Desde então, as ações de controle vetorial foram intensificadas, com a ampliação das visitas domiciliares, eliminação de criadouros e aplicação de inseticida nas regiões com maior incidência. Paralelamente, as equipes de saúde passaram por capacitações voltadas à identificação precoce dos casos”, acrescentou o Poder Executivo.
“A pasta também reforça que permanece em diálogo com os governos estadual e federal, buscando apoio técnico e logístico, e que intensificou os números de notificações e acompanha cada óbito suspeito no município. A administração ainda ressalta que eliminar o mosquito é um dever de todos nós, assim como inspecionar os quintais, destinar lixo em locais corretos e contribuir com a entrada dos agentes de saúde”, concluiu a administração de Presidente Prudente.
Falha na zeladoria
De acordo com o médico infectologista Luiz Euribel Prestes Carneiro, ao analisar o cenário da doença, faltam políticas públicas de continuação, não apenas em Presidente Prudente, mas também em outras localidades do Brasil.
“As principais ações tomadas são a nebulização, o monitoramento de possíveis focos e as campanhas de conscientização. O que poderia estar sendo feito e não está, na verdade, são as políticas de saúde pública nacionais. Então, semelhante ao que acontece fora, em outros estados, falta política pública de continuação. Não há continuidade das ações. A gente vive para apagar incêndio”, afirmou Carneiro ao g1.
Mas nós temos que lembrar que, nos últimos anos, houve uma falha do saneamento básico da cidade, na limpeza e manutenção pública, especialmente na periferia. E, se nós formos ver, é exatamente onde estão os maiores focos de dengue.
O especialista ainda lembrou a epidemia de dengue de 2023, em Presidente Prudente, quando o mesmo número de mortes confirmadas nos quatro meses de 2025 foi registrado durante todo o ano.
“Se nós formos comparar 2023 com 2025, em 2023, nós tivemos, se não me engano, cerca de 37 mil casos notificados e 21 mortes. Esse ano, nós temos um terço do número de casos notificados e já praticamente o mesmo número de mortes, ou seja, o índice de letalidade esse ano é 200% maior do que em 2023”, comparou o médico.
Carneiro ainda pontuou possíveis justificativas para o aumento no número de mortes e casos neste ano.
“Não há uma justificativa muito exata sobre isso, mas várias coisas podem colaborar, uma delas é o sorotipo 3 que está circulando, outra é que grande parte da população já teve dengue, o que contribui para que o paciente evolua com dengue hemorrágica”, disse o especialista.
Presidente Prudente está em situação de emergência na saúde pública em decorrência da dengue desde 7 de fevereiro deste ano, quando a cidade tinha, então, 677 casos confirmados e duas mortes.
Três vezes mais mortes
Apesar de ter uma população 51 vezes menor do que São Paulo, Presidente Prudente registra um número de mortes por dengue três vezes maior do que a capital paulista.
Enquanto São Paulo, com 11,89 milhões de habitantes, de acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), contabiliza sete óbitos pela doença neste ano, nesta quinta-feira, Presidente Prudente, com 234 mil moradores, soma 21 mortes por dengue.
Embora os números sejam expressivos, de acordo com o infectologista Luiz Euribel Prestes Carneiro, não é possível comparar as duas cidades paulistas.
“Nós não podemos comparar São Paulo com Presidente Prudente por vários motivos. Alguns dos principais são fatores como o clima e a endemicidade. A região de Presidente Prudente é endêmica desde 2016, diferente da cidade de São Paulo e da Região Metropolitana. E, mesmo se nós pensarmos na capacidade e no poder público, ou nos recursos financeiros, não permitem que nós comparemos São Paulo com Presidente Prudente”, concluiu o médico ao g1.
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