Juiz dos EUA proíbe que Trump congele fundos de cidades-santuário

Uma mulher vende abacates em um bairro com ampla população de migrantes no Queens, em Nova York, em 20 de março de 2025CHARLY TRIBALLEAU

CHARLY TRIBALLEAU

Um juiz americano decidiu, nesta quinta-feira (24), que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não pode reter os recursos federais destinados a governos de cidades-santuário por darem algum tipo de proteção a imigrantes em situação irregular.

Trump prometeu deportar milhões de imigrantes sem permissão de residência, uma das medidas de seu programa de linha-dura contra estrangeiros, tema central de sua campanha para o segundo mandato.

San Francisco, Chicago e Nova York são consideradas cidades-santuário porque proíbem que seus funcionários cooperem com as agências federais na identificação e expulsão de imigrantes irregulares.

O presidente republicano tem atacado autoridades locais que descumprem as ordens de seu governo e ameaçou cortar fundos federais destinados a rodovias e infraestruturas de transporte a menos que estas cidades e condados cooperem com agentes do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas (ICE, na sigla em inglês).

Trump e sua administração “FICAM PELA PRESENTE RESTRITOS E PROIBIDOS de tomar direta ou indiretamente qualquer ação para reter, congelar ou condicionar fundos federais das cidades e condados” que protejam de alguma forma os imigrantes irregulares, escreveu, em uma ordem, Stephen Miller, juiz do Distrito Norte da Califórnia.

O subchefe de gabinete de Trump, Stephen Miller, publicou no X que o “golpe [de Estado] judicial continua”.

Embora variem segundo o caso, as cidades-santuário costumam proibir que seus funcionários locais informem os agentes federais sobre a presença de imigrantes irregulares se estes correrem o risco de ser deportados.

As administrações anteriores realizaram deportações de forma rotineira, mas em seu segundo mandato, Trump utiliza aviões militares e inclusive tenta cancelar os vistos de estudantes estrangeiros que protestam contra a política americana.

O republicano também invocou uma lei do século XVIII, anteriormente usada apenas em tempos de guerra, para expulsar para El Salvador cerca de 300 imigrantes aos quais acusa de pertencer a bandos criminosos.

Um juiz federal impediu, na semana passada, que o governo Trump revogasse o status legal de centenas de milhares de migrantes de Venezuela, Cuba, Nicarágua e Haiti.

A Casa Branca advertiu, em março, que estava trabalhando para cancelar a permissão de residência de cerca de 532 mil cubanos, haitianos, nicaraguenses e venezuelanos que chegaram aos Estados Unidos sob um programa aprovado pelo ex-presidente Joe Biden, em outubro de 2022.

O programa de Biden permitia a entrada nos Estados Unidos durante dois anos de um máximo de 30 mil migrantes por mês procedentes destes quatro países.

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