Bolsonaro tem ‘ajudado’ em nova versão do projeto da anistia a envolvidos no 8/1, diz líder do PL


Segundo Sóstenes Cavalcante, Hugo Motta tem acordo com oposição para pautar o tema. Aliados de Lula avaliam que proposta pode complicar relação de Motta com a base do Planalto. Ex-presidente Bolsonaro em hospital
Reprodução
O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou à GloboNews que o ex-presidente Jair Bolsonaro tem “ajudado” a elaborar uma nova versão do projeto que concede anistia aos condenados pelo 8 de janeiro.
📹Segundo Sóstenes, a ideia é apresentar um texto enxuto, com anistia parcial, restringindo as condenações a pessoas que se filmaram ou foram filmadas destruindo o patrimônio público e excluindo, por exemplo, o crime de golpe de Estado.
Na hipótese de o projeto ser apresentado e aprovado, avaliou Sóstenes, os advogados de Bolsonaro poderiam requerer uma extensão a ele, isto é, obter uma anistia para o ex-presidente caso ele venha a ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O entendimento é que, se os condenados pelo 8 de janeiro forem anistiados por crimes relacionados a uma tentativa de golpe, logo, Bolsonaro também seria, uma vez que se atribui a ele – segundo as investigações – papel “crucial” na trama golpista.
Bolsonaro se tornou réu no STF após a Primeira Turma ter aceitado a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por crimes como abolição violenta do estado democrático de direito e tentativa de golpe de Estado.
Bolsonaro sempre negou ter tentado dar um golpe. Afirma que sempre discutiu possibilidades previstas na Constituição e que não as colocou em prática.
Avaliações dos parlamentares
Segundo líderes da oposição, Hugo Motta, para ser eleito, firmou compromisso em pautar o tema da anistia em plenário. Relatam, inclusive, que ele já se reuniu com Bolsonaro para discutir o projeto.
Aliados do presidente da Câmara, porém, dizem que ele não quer se indispor com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) num momento em que tem participado de encontros no Palácio do Planalto e viajado com Lula para agendas no exterior.
Além disso, aliados de Lula dizem avaliar que, se Motta colocar o PL da Anistia em votação, pode complicar a relação que tem com os líderes da base aliada ao Planalto.
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