
Edelvânia Wirganovicz, condenada por participação no assassinato do menino Bernardo Uglione Boldrini em 2014, foi encontrada morta nesta terça-feira (22) no Presídio Madre Pelletier, em Porto Alegre. Encontrada com sinais de suicídio, a causa da morte ainda não foi divulgada oficialmente.
A mulher cumpria pena de 22 anos e 10 meses pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Em fevereiro deste ano ela havia retornado ao regime semiaberto, após o fim da prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica. A mulher, amiga da madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini, foi uma das quatro pessoas condenadas pela morte do menino de 11 anos.
Edelvânia foi encontrada com indícios de que ‘a própria apenada teria cometido o ato’, segundo a Polícia Penal em informação apurada pelo g1. A Polícia Civil ainda vai investigar a morte. O Portal iG entrou em contato com as autoridades para novas informações e vai atualizar a matéria assim que tiver retorno.
Segundo a condenação, Edelvânia teve participação direta no crime de 2014. Ela chegou a indicar à polícia o local onde o corpo do garoto foi enterrado, às margens de um rio em Frederico Westphalen, município no norte do Rio Grande do Sul. O corpo foi localizado dez dias após o desaparecimento da criança, em estado avançado de decomposição.
Relembre o caso
Bernardo Boldrini, de 11 anos, vivia em Três Passos, no Rio Grande do Sul, com o pai, a madrasta e uma irmã, após a morte da mãe por suicídio em 2010, cometido dentro do consultório do pai, Leandro.
Em abril de 2014, Bernardo foi morto com uma injeção letal de uma superdosagem de medicamentos administrada pela madrasta. A polícia concluiu que o pai, Leandro Boldrini, e a madrasta, Graciele Ugulini, foram os responsáveis pela morte do menino.
Segundo as investigações, Bernardo teria sido morto por motivos financeiros, pois o pai recebia uma pensão alimentícia pelo filho e a morte permitiria que ele ficasse com todo o dinheiro.
Além de Leandro Boldrini e Graciele Ugulini, também foram presos Edelvânia Wirganovicz — morta nesta terça —, e Evandro Wirganovicz, amigos do pai, que teriam ajudado a executar o plano. O caso gerou grande repercussão nacional e internacional, levando a um debate sobre o sistema de proteção infantil e a importância de denunciar casos de abuso e negligência.