
Pelo menos três dos vídeos divulgados no TikTok que disseminavam fake news envolvendo a imagem da jornalista Marina Semensato, do Portal iG, deixaram de circular na plataforma.
No último final de semana, Marina publicou uma matéria relatando o caso de uma mulher que matou 40 membros de uma gangue de Kenskoff, no Haiti , após servir pastéis envenenados a eles.
A partir dessa matéria, ela vinha sendo vítima de fake news na rede, porque usuários do TikTok, os chamados tiktokers, começaram a divulgar vídeos comentando o caso, destacando a foto da jornalista e apontando Marina como autora do envenenamento.
Imediatamente, estes vídeos foram denunciados como fake news à plataforma, que respondeu não se tratar de violação às diretrizes da comunidade.
Diante da omissão do TiKTok neste primeiro momento, a própria jornalista enviou mensagens às pessoas responsáveis pelos vídeos, informando sobre a fake news e sobre as medidas judiciais que estavam sendo tomadas. O Portal iG acionou a Justiça para a adoção das providências legais cabíveis ao caso.
O que se observa nesta noite de sexta-feira (23) é que pelo três dos vídeos que haviam viralizado com a informação não estão mais circulando.
Um deles, que trazia a imagem de Marina Semensato associada ao crime continua circulando, mas sem a foto da jornalista, que foi apagada do topo da postagem. Seu nome não é mencionado.
Já uma outra conta que divulgou a fake news, a princípio, não era mais possível acessar. Mais tarde, o tiktoker publicou um vídeo de retratando, pedindo desculpas à jornalista e a seus seguidores pela publicação.
Disse ainda que “a partir de agora vai prestar mais atenção nos casos e vídeos que publicar”.
Um outro vídeo foi excluído e a responsável também gravou outro conteúdo se retratando.
A tiktoker explica que tomou conhecimento do caso do envenenamento no Haiti no Google e que a foto de Marina Semensato estava em destaque, junto com a notícia.
Ela admite que nem chegou a ler a reportagem inteira antes de associar a imagem da jornalista ao fato.
Diz também que foi alertada por Marina que se tratava de uma fake news e que o caso estaria sendo encaminhado à Justiça.
As retratações a que o iG teve acesso revelam uma total falta de cuidado com a checagem de informações que são disseminadas a milhares de seguidores na internet, reforçando a necessidade de regulação urgente das redes sociais.
O que disse o TikTok
Em resposta ao questionamento do Portal iG sobre o caso, o TikTok respondeu, no final da tarde desta sexta, que os vídeos não estão mais disponíveis, porque o conteúdo violava as Diretrizes da Comunidade.
“O TikTok não permite a circulação de desinformação. A plataforma oferece canais próprios para denúncia e combate a esse tipo de material”.
Encerrando, a nota informa links do suporte oficial da plataforma com informações sobre as diretrizes da comunidade, desinformação e como denunciar uma publicação.