
Alguns dos principais clubes do futebol brasileiro anunciaram que não participarão da eleição presidencial da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), marcada para este domingo (26), em protesto contra o atual modelo eleitoral da entidade. O grupo divulgou um manifesto sob o lema “Sem clube não há futebol”, no qual critica a falta de representatividade e cobra reformas estruturais na gestão do futebol nacional.
Entre os clubes que assinam o documento estão Corinthians, São Paulo, Santos, Flamengo, Fluminense, Cruzeiro, Internacional e Athletico-PR, além de equipes de diferentes regiões do País, como América-MG, Chapecoense, Fortaleza, Sport e Juventude. As agremiações pertencem majoritariamente à Liga Forte União (LFU), mas há também representantes da Libra, outro bloco econômico relevante do futebol brasileiro. Um dos destaques é a ausência do Palmeiras entre os signatários, apesar de integrar a Libra. A presidente Leila Pereira justificou a decisão alegando que o candidato único à presidência da CBF, Samir Xaud, defende pautas que o clube considera prioritárias, como governança e transparência.
O manifesto é um desdobramento do apoio anterior dado pelos clubes à candidatura de Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), que acabou inviabilizada pelo apoio de 25 federações estaduais à chapa encabeçada por Xaud, intitulada “Futebol para Todos: Transparência, Inclusão e Modernização”. Sem espaço para uma candidatura adversária, os clubes optaram pelo boicote e devem se abster da votação, mesmo com a permissão para voto remoto, uma alternativa oferecida pela CBF devido à rodada do Brasileirão marcada para o mesmo dia da eleição.
“O futuro do futebol brasileiro precisa ser pautado pela democracia, transparência e representatividade. Não compareceremos à votação por discordarmos do processo vigente”, afirma o comunicado.
O texto ainda ressalta que os clubes estão dispostos a dialogar com a nova gestão a partir da próxima semana para discutir mudanças profundas no modelo de governança da entidade.
Na última semana, os clubes divulgaram uma série de exigências à nova gestão da CBF, entre elas:
- Revisão do colégio eleitoral e alteração do peso dos votos;
- Participação obrigatória dos clubes em todas as Assembleias Gerais da CBF;
- Compromisso com a criação da Liga e reconhecimento das propriedades comerciais das Séries A e B como pertencentes aos clubes;
- Reformulação das regras de governança, com poder executivo efetivo à Comissão Nacional de Clubes;
- Profissionalização da arbitragem com dedicação exclusiva e treinamentos permanentes;
- Aprovação conjunta do calendário do ciclo 2026–2030 entre CBF, Libra e LFU;
- Apoio financeiro ampliado às Séries B, C, D e ao futebol feminino;
- Estabelecimento de regras de Fair Play Financeiro.
Apesar do clima de tensão, a eleição da CBF deve ocorrer sem novas intervenções judiciais. O atual presidente, Ednaldo Rodrigues, desistiu oficialmente de disputar o pleito após recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tentativa de adiar a votação. A Assembleia Geral Eleitoral está prevista para as 10h30 de domingo, na sede da entidade, no Rio de Janeiro.
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