
Projeto, que realiza ação em Sorocaba (SP) neste sábado (24), já levou bonecas, roupas, acessórios e palestras de prevenção para países como Haiti, Senegal, Guiné-Bissau, Kenya, Tanzânia, Angola e Nepal. Projeto Bunekas: ONG visita Guiné-Bissau para promover campanha e doar bonecas
Uma forma carinhosa de promover a solidariedade, a educação e a prevenção contra o abuso sexual infantil. Este é o trabalho de uma ONG em diversas partes do país e no exterior, que faz a doação de bonecas de pano, com o Projeto Bunekas. Moradores de Sorocaba, no interior de São Paulo, terão a oportunidade de contribuir com uma das arrecadações da entidade em uma corrida na pista de caminhada do Campolim, neste sábado (24).
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Voluntários do Projeto Bunekas ajudam a arrecadar fundos e confeccionam presentes, especialmente bonecas, para que sejam doados para crianças em situação de vulnerabilidade ou que já tenham sofrido algum tipo de violência.
A ação realizada em Sorocaba em prol do projeto se chama Caminhada Projeto Bunekas, e busca arrecadar valores que serão destinados à produção de itens para o sertão de Pernambuco. Segundo Silvana de Moraes, pedagoga e voluntária do projeto na região, a atividade será “um movimento que une passos e corações em prol da infância protegida”.
Para Silvana, a ideia de organizar a caminhada surgiu como uma estratégia para mobilizar a sociedade e promover a conscientização sobre a causa da campanha Maio Laranja, que é o mês de prevenção ao abuso e exploração sexual na infância e adolescência.
“O objetivo é dar visibilidade à causa, romper o silêncio, dar voz a tantas crianças que foram silenciadas por sofrerem abuso. Um movimento de amor e proteção”, destacou.
Silvana de Moraes, pedagoga e voluntária do Projeto Bunekas na região de Sorocaba (SP)
Arquivo pessoal
Para participar da corrida, os voluntários precisam fazer uma inscrição online, e a taxa é de R$ 70. Este valor será usado para manter as atividades da ONG, e para a compra dos materiais usados na confecção das bonecas.
Ao g1, a voluntária ainda contou que já fez parte das doações que foram levadas para Angola e sertão de Pernambuco, além de bairros em Campinas, Sorocaba e Votorantim.
“Toda a renda do evento é revertida para a confecção de bonecas, vestidos, enfeites de cabelo e calcinhas, que serão entregues a crianças de vários países, incluindo o Brasil. Cada ‘buneka’ carrega amor, proteção e esperança de um futuro seguro para as crianças”, contou Silvana.
A pista de caminhada do Campolim está localizada na Avenida Domingos Júlio, no Parque Campolim. A caminhada começa às 8h30.
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Projeto Bunekas/Divulgação
🎀 Projeto Bunekas
O projeto nasceu em 2017, idealizado por Michelli Bordinhon, psicóloga especialista em violência infantil, direitos humanos e escuta especializada. A proposta dela é realizar palestras lúdicas pelo Brasil e outros países sobre prevenção ao abuso sexual de crianças e adolescentes, compartilhando conhecimentos práticos com pais e profissionais de saúde e da educação.
Michelli Bordinhon é psicóloga e especialista em violência infantil, direitos humanos e escuta especializada
Projeto Bunekas/Divulgação
Além de orientar as crianças a se protegerem, Michelli também fala sobre como reconhecer sinais de perigo. Entre os locais visitados estão países como Haiti, Senegal, Guiné-Bissau, Kenya, Tanzânia, Angola e Nepal. Veja um mapa das atividades da ONG abaixo.
“Levaremos não apenas ‘bunekas’ feitas com carinho, mas também conhecimento e palestras educativas sobre a importância da proteção infantil. Essa viagem representa mais um passo na nossa missão de alcançar e transformar vidas pelo mundo”, destaca Michelli no site da entidade.
Projeto Bunekas já realizou a entrega de bonecas e palestras contra abuso infantil em diversos países
Projeto Bunekas/Divulgação
Casos de abuso em Sorocaba
Na região de Sorocaba, de janeiro até abril deste ano, foram realizados 407 atendimentos de crianças e adolescentes que sofreram algum tipo de violência, seja físca, psicológica ou sexual, conforme dados do serviço de escuta especializada do Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil (Gpaci).
Dos 407 atendimentos realizados neste ano, 161 envolveram crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. Os cenários mais citados nestes casos foram as casas das próprias vítimas, escolas e a internet.
A maioria das vítimas tinha idades entre seis e 11 anos, e os agressores normalmente eram identificados como seus pais ou parentes próximos, segundo dados do Gpaci.
Escuta especializada é feita em sala com elementos infantis dentro do hospital Gpaci, em Sorocaba (SP)
Gpaci/Divulgação
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