Blumenau vai liberar mosquitos ‘do bem’ para impedir a dengue a partir de agosto

A imagem ilustrativa mostra o mosquito transmissor dengue

Aedes Aegypti, mosquito transmissor dengue – Foto: Reprodução/ND

Blumenau, no Vale do Itajaí, se prepara para dar um passo importante no combate à dengue. A partir de agosto, a cidade vai liberar mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia, uma técnica que impede o desenvolvimento do vírus dentro do inseto. 

Segundo a Prefeitura de Blumenau, os mosquitos foram produzidos em laboratórios e soltos em áreas com grande índice da doença na cidade. A primeira fase inclui os bairros Velha Central, Itoupavazinha, Velha, Água Verde, Itoupava Norte, Garcia, Fortaleza, Progresso, Vila Nova, Tribess e Itoupava Seca.

A imagem mostra uma funcionária da prefeitura de Blumenau na casa de um morador da cidade explicando sobre a dengue.

Equipes de endemias visitam bairros para explicar benefícios da nova abordagem de combate ao Aedes aegypti – Foto: Divulgação/Prefeitura de Blumenau/ND

“O método é natural e autossustentável, já que vão se reproduzindo entre si e com os mosquitos da região”, explica a coordenadora do Programa de Combate e Prevenção às Endemias, Eleandra Casani.

O que é o método Wolbachia, nova aposta contra a dengue?

O método Wolbachia tem como objetivo combater doenças como a dengue, zika, chikungunya e febre amarela. A estratégia contempla a introdução da bactéria Wolbachia nos mosquitos transmissores.

Esta bactéria está presente em 60% dos insetos da natureza e não causa danos aos humanos. A Wolbachia impede que os vírus das doenças se desenvolvam dentro dos insetos, contribuindo para redução dos casos.

Sendo assim, a prática consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os mosquitos da espécie locais, estabelecendo, aos poucos, uma nova população com a bactéria.

Com o tempo, a porcentagem de mosquitos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça estável, sem a necessidade de novas liberações. Este efeito torna o método autossustentável e uma intervenção acessível a longo prazo.

Os Wolbitos, como são chamados os novos mosquitos, não são transgênicos, ou seja, não há qualquer modificação genética no método, e também não transmitem doenças.

Joinville foi a primeira cidade do estado a ser contemplada com o método e será na Biofábrica da cidade que serão produzidos os “Wolbitos” para serem enviados à Balneário Camboriú.

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