
A Polícia Civil de São Paulo prendeu 675 pessoas com mandados de prisão em aberto durante a Operação Rastreio, realizada entre terça (29) e esta quarta-feira (30). Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), cerca de 47% dos presos eram reincidentes.
A ação mobilizou mais de 2.500 policiais em todo o estado. Dos 1.080 alvos rastreados, nem todos foram localizados. Os crimes atribuídos aos foragidos incluem tráfico de drogas, roubo, furto, homicídio, estupro e associação criminosa. Segundo o delegado-geral Artur Dian, parte dos capturados era procurada por crimes em outros estados, e alguns têm ligação com facções criminosas.
Durante os mandados, 108 pessoas foram presas em flagrante, a maioria por tráfico de drogas.
O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou que as prisões seriam suficientes para encher uma penitenciária e defendeu mudanças na legislação penal. Ele destacou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, apresentada pelo governo federal, abre espaço para debates sobre o endurecimento das leis.
“Defendo que se restrinja o acesso à audiência de custódia. Que tenha esse direito quem é réu primário, desde que não tenha cometido um crime hediondo ou mediante violência ou grave ameaça. Não tem cabimento pegar um sequestrador e, com base única e exclusivamente na versão de uma criminosa que disse que foi vítima de violência policial, a pessoa ser posta em liberdade”, declarou.
“O Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que não é constitucional uma pessoa cumprir 100% da pena em regime fechado, que tem que haver progressão da pena. Defendo, então, que se cumpra 99% da pena em regime fechado” acrescentou Derrite.
Entre os presos, estão cinco integrantes de uma quadrilha responsável pelo assalto a um salão de cabeleireiros nos Jardins, região central de São Paulo, que causou prejuízo de R$ 3 milhões. Três deles já tinham passagens pela polícia.