Arquidiocese da Paraíba diz que papa Francisco conduziu Igreja com ‘simplicidade e cuidado com os pobres’


Papa Francisco morreu aos 88 anos nesta segunda-feira, após ocupar por 12 anos o cargo máximo da Igreja Católica. Papa Francisco morreu aos 88 anos
Vaticano
A Arquidiocese da Paraíba emitiu uma nota de pesar pela morte do papa Francisco, que aconteceu nesta segunda-feira (21). No comunicado, a instituição agradece pela forma com que o pontífice conduziu a Igreja Católica.
“Com o coração entristecido, mas cheio de gratidão, rendemos graças a Deus pela vida, missão e testemunho do Papa Francisco, que, com coragem evangélica e ternura pastoral, conduziu a Igreja por caminhos de misericórdia, simplicidade e cuidado com os pobres, a criação e os mais vulneráveis”, diz a nota.
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A Arquidiocese também considera que a trajetória de Francisco ficará marcada “pela ousadia profética, pelo chamado constante à conversão pastoral e pela promoção de uma Igreja em saída, sinodal e servidora”.
Dom Delson, Arcebispo Metropolitano da Paraíba, destaca que o papa teve uma “vida simples sem outras pretensões a não ser servir, amar e estar do lado daqueles que mais sofrem, mais precisam”.
Haverá uma missa a partir das 19h, na Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves em sufrágio da alma do papa.
Papa Francisco morre aos 88 anos
Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu aos 88 anos às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local, desta segunda-feira (21). As informações foram confirmadas pelo Vaticano. O pontífice ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos.
“O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino”, diz comunicado oficial.
Francisco se recuperava de uma pneumonia nos dois pulmões após ficar internado por cerca de 40 dias.
Nascido em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, na Argentina, Francisco foi o primeiro papa latino-americano da história. Ele também foi o primeiro pontífice da era moderna a assumir o papado após a renúncia do seu antecessor e, ainda, o primeiro jesuíta no posto.
À frente da Igreja Católica por quase 12 anos, Francisco foi o papa número 266. Em 13 de março de 2013, durante o segundo dia do conclave para eleger o substituto de Bento XVI, Bergoglio foi escolhido como o novo líder – inclusive contra a sua própria vontade, segundo ele mesmo admitiu.
Os desafios do papado de Francisco
Apesar de ter sido eleito papa contra a própria vontade, a carreira de Francisco no catolicismo foi uma escolha própria do argentino. Formado em Ciências Químicas e professor de Literatura, o religioso filho de imigrantes italianos acabou optando por se dedicar aos estudos eclesiásticos.
Seu perfil jovial e descontraído — ele gostava de fazer piadas e brincadeiras — o tornou uma opção popular entre os colegas cardeais e uma escolha antes de mais nada conjuntural.
A Igreja Católica vivia então um de seus momentos mais delicados. A popularidade em baixa e os escândalos de pedofilia envolvendo padres em todo o mundo são apenas alguns dos desafios que o pontífice enfrentaria durante seu papado.
A modernidade também levou Francisco a lidar com outros assuntos delicados para a Igreja, como os direitos LGBTQIA+ e o sexismo.
Ele foi elogiado por avanços como o de permitir bênçãos de padres a casais do mesmo sexo, colocar mulheres em cargos mais altos no Vaticano e permitir que elas votassem no Sínodo dos Bispos — a reunião em que bispos debatem e decidem questões ideológicas e regimentos internos.
Mas também foi criticado por avançar menos do que o esperado na questão feminina. Francisco terminou seu papado sem permitir sacerdotes do sexo feminino, reivindicação histórica de parte das católicas.
O papa defendia que apenas cristãos do sexo masculino poderiam ser ordenados para o sacerdócio, usando como base a premissa da Igreja Católica de que Jesus escolheu homens como apóstolos.
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