

Calor extremo pode obrigar aviões a levarem menos passageiros – Foto: Reprodução/R7/ND
Um estudo da Universidade de Reading, no Reino Unido, indicou que aviões podem ter que realizar voos com menos passageiros devido ao calor extremo. Com as altas temperaturas o ar pode ficar menos denso, dificultando a sustentação das aeronaves.
A pesquisa foi publicada na Aerospace e 30 aeroportos europeus foram analisados. O estudo focou no modelo Airbus A320, um avião usado para distâncias curtas e médias no continente.
Pesquisa analisou aviação no continente europeu
A pesquisa aponta que até 2060 o peso máximo de decolagem pode ser limitado em dias de calor extremo. Isso pode significar menos dez passageiros por voo.
“Estamos mostrando mais uma forma de como o aquecimento global pode afetar diretamente o dia a dia das pessoas”, explicou Jonny Williams, principal autor do estudo.

Estudo analisou os modelos de Airbus A320 em 30 aeroportos da Europa – Foto: Divulgação/Airbus/ND
Calor extremo vai afetar a lucratividade das empresas
Os aeroportos mais afetados serão os com pistas curtas. Nesses locais, as pistas menores já impõem limites ao peso das aeronaves e o calor extremo tende a intensificar esse desafio.
Os aeroportos de Quios (Grécia), Pantelleria e Roma Ciampino (Itália), além de São Sebastião (Espanha), estão entre os mais suscetíveis a restrições de decolagem em razão do aumento das temperaturas.
Como consequência, as companhias aéreas poderão ter que modificar rotas, remarcar voos para horários mais amenos e até renunciar a parte da lucratividade para garantir a continuidade das operações.
“Voar para destinos como Espanha, Itália ou Grécia poderá ficar mais caro, já que os aviões carregarão menos passageiros”, completou Williams.

Aumento das temperaturas pode afetar a decolagem de voos – Foto: Divulgação/NOAA
Para o pesquisador, as restrições que hoje ocorrem em apenas um dia de verão podem passar a acontecer em até quatro dias por semana nas próximas décadas.
Os efeitos vão além da capacidade de passageiros: o calor extremo pode acelerar o desgaste do asfalto das pistas, aumentando a necessidade de manutenção.
Os pesquisadores ressaltam que a adoção de medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa pode mitigar esses impactos, enquanto a continuidade do atual ritmo de emissões tende a agravar o problema de forma significativa.
*Com informações de R7